quinta-feira, dezembro 11
Exílio
Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades
Sophia de Mello Breyner Andresen
Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades
Sophia de Mello Breyner Andresen
Judeus Portugueses na Clandestinidade e no Exílio
Nas últimas semanas o Correio da Judiaria recebeu várias mensagens de leitores que indagavam sobre as suas eventuais raízes judaicas. Por vezes os nomes de família e as terras de origem dizem tudo, e basta uma consulta rápida em dois ou três livros de história ou genealogia sefardita para confirmar uma conversão forçada ao catolicismo ou um julgamento perante os tribunais da Inquisição. Outras vezes é preciso trabalhar mais para conseguir desenterrar o que em muitas famílias portuguesas é o mais bem guardado dos segredos. Há uma extensa bibliografia que pode ajudar a traçar esta geografia da identidade pessoal de muitos descendentes de judeus portugueses. Aqui ficam alguns dos livros que considero fundamentais:
A título de referência breve, aqui seguem alguns nomes de família de “cripto-judeus”, prevalentes, mas não de forma exclusiva, nas regiões da Beira-Baixa, Trás-os-Montes e Alentejo*:
Nomes de famílias judaicas portuguesas na Diáspora (Holanda, Reino Unido e Américas)**
Sobrenomes judaicos de origem portuguesa na América Latina***:
*in “Os Marranos em Portugal”, Arnold Diensendruck
** in “Raízes Judaicas no Brasil”, Flávio Mendes de Carvalho
*** in “Os Nomes de Família dos Judeus Creolos”, estudo de Arturo Rab, publicado na revista “Juedische Familien Forschung”, Berlim, 1933
“A History of the Marranos”, Cecil Roth
“Sangre Judia”, Pere Bonnin
“Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews”, David Gitlitz
“Os Marranos em Portugal”, Arnold Diesendruck
"A Origem Judaica dos Brasileiros”, José Geraldo Rodrigues de Alckmin Filho
A título de referência breve, aqui seguem alguns nomes de família de “cripto-judeus”, prevalentes, mas não de forma exclusiva, nas regiões da Beira-Baixa, Trás-os-Montes e Alentejo*:
Amorim; Azevedo; Alvares; Avelar; Almeida; Barros; Basto; Belmonte; Bravo; Cáceres; Caetano; Campos; Carneiro; Carvalho; Crespo; Cruz; Dias; Duarte; Elias; Estrela; Ferreira; Franco; Gaiola; Gonçalves; Guerreiro; Henriques; Leão; Lemos; Lobo; Lombroso; Lopes; Lousada; Macias; Martins; Mascarenhas; Mattos; Meira; Mello e Canto; Mendes da Costa; Miranda; Montesino; Morão; Moreno; Morões; Mota; Moucada; Negro; Oliveira; Ozório; Paiva; Pardo; Pilão; Pina; Pinto; Pessoa; Preto; Pizzarro; Ribeiro; Robles; Rodrigues; Rosa; Salvador; Souza; Torres; Vaz; Viana e Vargas.
Nomes de famílias judaicas portuguesas na Diáspora (Holanda, Reino Unido e Américas)**
Abrantes; Aguilar; Andrade; Brandão; Brito; Bueno; Cardoso; Carvalho; Castro; Costa; Coutinho; Dourado; Fonseca; Furtado; Gomes; Gouveia; Granjo; Henriques; Lara; Marques; Melo e Prado; Mesquita; Mendes; Neto; Nunes; Pereira; Pinheiro; Rodrigues; Rosa; Sarmento; Silva; Soares; Teixeira e Teles (entre muitos outros).
Sobrenomes judaicos de origem portuguesa na América Latina***:
Almeida; Avelar; Bravo; Carvajal; Crespo; Duarte; Ferreira; Franco; Gato; Gonçalves; Guerreiro; Léon; Leão; Lopes; Leiria; Lobo; Lousada; Machorro; Martins; Montesino; Moreno; Mota; Macias; Miranda; Oliveira; Osório; Pardo; Pina; Pinto; Pimentel; Pizzarro; Querido; Rei; Ribeiro; Robles; Salvador; Solva; Torres e Viana
*in “Os Marranos em Portugal”, Arnold Diensendruck
** in “Raízes Judaicas no Brasil”, Flávio Mendes de Carvalho
*** in “Os Nomes de Família dos Judeus Creolos”, estudo de Arturo Rab, publicado na revista “Juedische Familien Forschung”, Berlim, 1933
Mais uma Estátua Derrubada
Depois desta e desta, agora foi a vez da mais antiga estátua de Francisco Franco em Espanha (que se erguia à entrada de Narón) merecer um justo derrube. Foi na segunda-feira passada. O blow-by-blow (literalmente) do derrube da estátua do ditador de Ferrol é contado na primeira pessoa pelos responsáveis. O El Ideal Gallego Digital dá a notícia. Os rapazes do P.O.U.M (o meu avô incluído) estariam hoje orgulhosos! ¡Um saúdo!
Os Judeus de Cabo Verde
A Congregação Har Shalom, nos arredores de Washington DC, vai acolher no próximo domingo, dia 14, uma conferência sobre os judeus de Cabo Verde. Carol Castiel, jornalista da Voz da América e investigadora de genealogia sefardita, irá apresentar as conclusões de um dos seus estudos sobre a mais recente das comunidades judaicas de Cabo Verde, composta maioritariamente por famílias originárias de Marrocos e Gibraltar que se fixaram no arquipélago em meados do século XIX. A conferência tem a chancela da Jewish Genealogy Society of Greater Washington. Já agora, aqui vai a morada da Congregação Har Shalom, para quem estiver aqui deste lado do mundo e por lá quiser passar: 11510 Falls Road, Potomac, Maryland.
Um artigo interessante sobre a história mais remota dos judeus de Cabo Verde e da costa da Guiné – e as suas ligações aos judeus portugueses – pode ser lido aqui.
Um artigo interessante sobre a história mais remota dos judeus de Cabo Verde e da costa da Guiné – e as suas ligações aos judeus portugueses – pode ser lido aqui.
Visitas
O Caso Arrumado passou pela Rua da Judiaria e diz que gostou das vistas. Depois de retribuída a visita, o sentimento é recíproco. Bekavana le’hisháer!
Outros blogs que vamos passar a incluir nas nossas viagens diárias são o recém-criado Super Flumina, o uber-produtivo Crítica Lusa e o interessantíssimo Quase em Português.
Outros blogs que vamos passar a incluir nas nossas viagens diárias são o recém-criado Super Flumina, o uber-produtivo Crítica Lusa e o interessantíssimo Quase em Português.