<$BlogRSDUrl$>

domingo, janeiro 18

O Rei Salomão e a Rainha de Sabá, Taddese W. Aregay, pintor etíope. O Rei Salomão e a Rainha de Sabá, Taddese W. Aregay, pintor etíope.

Cantares de Salomão – I



Beije-me ele com os beijos da sua boca;
porque melhor é o seu amor do que o vinho.
Para cheirar, são bons os teus unguentos;
como unguento derramado é o teu nome;
por isso, as virgens te amam.

Leva-me tu, correremos após ti.
O rei me introduziu nas tuas recâmaras:
em ti nos regozijaremos e nos alegraremos;
do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho
os rectos te amam.

Eu sou morena, mas agradável,
ó filhas de Jerusalém,
como as tendas de Quedar,
como as cortinas de Salomão

Não olheis para o eu ser morena,
porque o sol resplandeceu sobre mim:
os filhos de minha mãe se indignaram contra mim,
e me puseram por guarda de vinhas;
a vinha que me pertence não guardei.

Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma:
onde apascentas o teu rebanho,
onde o recolhes pelo meio dia:
pois por que razão seria eu
como a que erra entre os rebanhos
dos teus companheiros?

Se tu o não sabes,
ó mais formosa entre as mulheres,
sai-te pelas pisadas das ovelhas,
e apascenta as tuas cabras
junto às moradas dos pastores.

Às éguas dos carros de Faraó te comparo,
ó amiga minha.
Agradáveis são as tuas faces entre os teus enfeites,
o teu pescoço com os colares.
Enfeites de ouro te faremos,
com pregos de prata.

Enquanto o rei está assentado à sua mesa,
dá o meu nardo o seu cheiro.
O meu amado é para mim um ramalhete de mirra;
morará entre os meus seios.
Como um cacho de Chipre,
nas vinhas de Engedi,
é para mim o meu amado.

Eis que és formosa,
ó amiga minha,
eis que és formosa:
os teus olhos são como os das pombas.

Eis que és gentil e agradável,
ó amado meu;
o nosso leito é viçoso.
As traves da nossa casa são de cedro,
as nossas varandas de cipreste.

Eu sou a rosa de Saron, o lírio dos vales.
Qual o lírio entre os espinhos,
tal é a minha amiga entre as filhas

Qual macieira entre as árvores do bosque,
tal é o meu amado entre os filhos:
desejo muito a sua sombra,
e debaixo dela me assento;
e o seu fruto é doce ao meu paladar.
Levou-me à sala do banquete,
e o seu estandarte em mim era o amor.
Sustentai-me com passas,
confortai-me com maçãs,
porque desfaleço de amor.

Shir Ha-Shirim (Cantares de Salomão), tradução de João Ferreira de Almeida. {Cap. 1-2:5} (continua...)