segunda-feira, abril 12
“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu”
A frase transcrita acima, retirada do Cântico dos Cânticos (um dos mais belos poemas litúrgicos de que há memória, atribuído ao rei Salomão), simboliza na tradição judaica a união literal de duas metades da mesma alma. Assim fica explicada a prolongada ausência do autor deste blog, casado de fresco, literalmente unido à mais fantástica mulher do mundo. O casamento teve lugar na cidade de Raleigh, na Carolina do Norte, oficiado pelo rabino David Bockman, da Sinagoga Beth Meyer.
Escrevendo sobre a possibilidade de duas almas gémeas se encontrarem, o rabino místico quinhentista Isaac Luria, o Leão Sagrado, disse que esta era uma das mais complexas e difíceis tarefas da evolução espiritual do indivíduo: “Às vezes é preciso atravessar continentes e transpor oceanos.” Comigo foi mesmo assim. Foi necessário atravessar o Atlântico e a América do Norte para que encontrasse Shlomit Keren Stein, hoje a minha mulher e a minha melhor amiga.
Pronto, reconheço e admito a lamechisse destas linhas. Mas há ocasiões em que estas coisas se desculpam. O casamento faz parte desta lista.
PS – Obrigado a todos os que escreveram e enviaram felicitações.
O bloguista, a noiva e o bolo. O rabino David Bockman explica o contrato de casamento.
A Ketubá, o contrato de casamento tradicional,
inscrito em aramaico. Inspirado na famosa Bíblia de Lisboa,
iluminada em 1483 pelo judeu português Samuel Hasofer.