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terça-feira, novembro 18

Ainda Sampaio, o Judaísmo português e os atentados na Turquia
O Presidente de Portugal visitara a sinagoga Neve Shalom,uma das sinagogas de Istambul vitimadas pelos atentados de sábado, durante a sua deslocação à Turquia, em Setembro passado. (Ver Portuguese President Visits Neve Shalom Synagogue).
As ligações a Portugal da comunidade judaica residente na Turquia remontam aos finais do século XV, quando o Império Otomano acolheu de braços abertos os judeus portugueses que D. Manuel I expulsara ou obrigara a converter ao catolicismo. Pioneiros à força da emigração portuguesa, os judeus chegaram a Istambul e encontraram em terras muçulmanas uma tolerância que nunca tinham experimentado na nossa pátria. Célebre é a frase proferida pelo sultão Bayazid II, que reinou sobre terras otomanas entre 1481 e 1512: “Chamais sábios aos reis de Castela e Portugal; eles que expulsando os judeus empobrecem os seus reinos e enriquecem o meu.” (Citado por Immanuel Aboad in Nomologia, o Discursos Legales Compuestos, Amsterdão 1629).
O nome de família do actual presidente da comunidade judaica da Turquia, Bension Pinto, atesta bem essa ligação ancestral à pátria lusa.

No ABRUPTO, entretanto, JPP escreve hoje sobre os atentados e, quer se concorde ou não com o seu raciocínio, deixa um importante ponto de reflexão:“(...)Infelizmente o que bateu à porta da antiquíssima colónia judaica de Istambul e matou muitos bons muçulmanos que passavam na rua, foi uma bomba da Al Qaeda. Muito significativamente a bomba explodiu, matou quem matou, aumentou as tensões turcas, mas nem o eco dessa explosão se ouviu de Atenas para cá. Uma multidão prepara-se para "receber" Bush em Londres, com aquela apetência para tomar como alvos preferenciais os nossos, sejam eles menos bons , medíocres, iludidos, arrogantes, enganados, perigosos, estúpidos, ineptos, o que quiserem, e esquecer os verdadeiramente maus, os que não vivem senão de um terror absoluto e abstracto. Quantos dos milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares, que vão chamar a Bush assassino, sairiam para a rua contra a Al Qaeda? Não é uma pergunta retórica, é uma provocação pela verdade. Um em dez mil? Talvez, já estou benevolente como Deus com os seus mensageiros a Sodoma e Gomorra, para saber se havia mais justos na cidade do que a família de Lot. Não havia. Como estão confundidas as nossas prioridades!”

Acreditando, mesmo assim, que Bush merece todas as manifestações que lhe atirarem para cima, não posso deixar de concordar parcialmente com JPP.