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segunda-feira, janeiro 26

A la Una
A la una yo naci
A las dos m’engrandeci
A las tres tomi amante
A las cuatro me cazi
Alma vida y corason.

Selo israelita evocativo da tradição da língua LadinaDime nina donde vienes
Que te quero conocer;
Si tu no tienes amante
Yo te hare defender
Alma vida y corason.

Yendome para la guerra
Dos bezos al aire di
El uno es para mi madre
Y el otro para ti.
Alma vida y corason.


Adio Querida
Tu madre cuando te pario,
Y te quitou al mundo,
Corason ella no te dio
Para amar segundo.

Adio, Adio querida,
No quero la vida
Me l'amargates tu.

Va, buxcate otro amor,
Aharva otras puertas,
Aspera otro ardor,
Que para mi sos muerta.

Dois poemas de cantigas tradicionais (cerca do séc. XV) em Ladino, a língua franca dos judeus ibéricos – considerada de raiz “Ibero-Romance”, o Ladino é uma mescla de espanhol e português medievais com hebraico. Com a expulsão dos judeus espanhóis em 1492, o Ladino acompanhou o processo da diáspora e hoje pode ainda ser encontrado enquanto língua viva entre algumas comunidades judaicas da Turquia, Marrocos, Grécia, Tunísia, Croácia, Bulgária, Bósnia, Estados Unidos e Israel. Em tempos a mais falada das línguas dos judeus sefarditas, estima-se que cerca de 160 mil pessoas em todo o mundo falem ainda Ladino. Para ouvir um pequeno trecho de uma destas melodias (“Adio Querida”) numa interpretação moderna da cantora americana Sarah Aroeste, é só clicar aqui (formato .mp3). Um achado de “arqueologia litúrgica” é esta oração de Rosh Hashana, “Sakrifisyo de Ishak” (formato .ra), em Ladino, gravada em Los Angeles, em 1966, recitada por Heskia Franco, um descendente de judeus portugueses nascido na Grécia (via site da Sinagoga Kahal Shalom, de Rhodes). Sobre o Ladino, vale também a pena ler este interessante texto – "The Ladino Language", do historiador e genealogista americano Arthur Benveniste.