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quarta-feira, fevereiro 11

A minha antisemitazinha
Ao que parece, tenho uma antisemita de estimação. Ou melhor: ela tem em mim o alvo de estimação das suas raivinhas e odiozinhos. Não me apoquenta muito, confesso. Estou longe. Os rancorzinhos da minha antisemitazinha de estimação chegam-me por e-mail, um meio electronicamente esterilizado por excelência. De início, ainda tentei perceber o que estaria por detrás das palavras. Entretive, imaginem, a possibilidade de responder. Mas racionalizar o irracional é uma tarefa idiota em si mesma. Desisti. Agora, cada vez que a minha inbox anuncia a chegada de mais uma das cíclicas mensagens da minha antisemitazinha, os pêlos dos meus braços, e da nuca, já não eriçam como dantes faziam. Refastelo-me na minha poltrona de secretária, dou os dois cliques costumeiros, leio, encolho os ombros e apago. Assim, por esta ordem. Invariavelmente, a minha antisemitazinha odeia judeus e odeia que se escreva sobre judeus num blog escrito por um judeu.
Tirando o caso único da minha antisemitazinha, as mensagens que recebo alegram-me sempre e animam a vontade de continuar aqui a escrever. Pronto. Desabafei. Os meus leitores habituais que me perdoem esta breve interrupção. O blog segue dentro de momentos.