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sexta-feira, março 19

A Noite de Shabbat, ou a Arqueologia das Pequenas Felicidades
Há dias assim, feitos de pequenas felicidades. Há dias em que o acaso nos leva por caminhos inexplicáveis, rumo a descobertas preciosas. Quando isto acontece, o nosso universo quotidiano torna-se ainda mais pequeno, como se o mundo encolhesse e ficasse condensado na pequena descoberta imensamente feliz.
Hoje encontrei este pequeno livro: A Noite de Shabbath, publicado em 1927, no Porto, pelo capitão Artur Carlos de Barros Basto – uma figura imensa que merecerá em breve um perfil aqui na Judiaria – , o Ben Rosh, impulsionador e líder da Obra do Resgate, que na segunda década do século XX acolheu de volta ao judaísmo oficial centenas de cripto-judeus (marranos) portugueses até então votados à clandestinidade. É quase impossível descrever a alegria (escreveria mesmo “emoção” se a palavra não me soasse tão piegas) que senti ao encontrar este livro, uma raridade preciosa. Comprei-o. Não posso deixar de pensar nos caminhos que ele percorreu em 77 anos, até chegar às minhas mãos, aqui em Los Angeles, do outro lado do mundo, numa sexta-feira à tarde. À beira da noite de Shabbat.
Shabbat shalom!