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terça-feira, novembro 2


As Eleições Americanas Vistas do Meu Bairro *



Election Judges
Senhoras simpáticas fiscalizam uma mesa eleitoral.


Brian Fosterjuiz eleitoral na mesa do
Centro Comunitário de W. Hollywood.


Rita e Alexander – Octagenários, judeus russos, votam em Kerry.




Mesa de Voto – Conferem-se cadernos eleitorais.
Aqui fala-se Inglês, Russo, Yiddish e Hebraico.



Assembleia de Voto no
Centro Educacional Chabad-Lubavitch
Eleições americanas com cheiro a misticismo judaico.


A "Terceira Via"... em Santa Monica Boulevard


* West Hollywood, Los Angeles.


::Update (3/11/2004, 17h10):: Aqui em Los Angeles, John Kerry venceu com 1.670.341 votos (62,86%), contra 954.764 votos para Bush (35,93%). Em termos nacionais, segundo a CNN (ver CNN.com Election 2004), 76% dos judeus americanos votaram em Kerry. Bush quedou-se com 24% do “voto judaico”. Consolação pouca, é certo. (Acredito que isto responde à pergunta de Luís Nazaré...)



O Dia D


Por Nuno Guerreiro, em Los Angeles

Pouco passa das sete da manhã de 2 de Novembro, o dia de eleições nos estados Unidos. As urnas abrem às 8:00h, mas à porta da pequena biblioteca de Plummer Park, em West Hollywood, onde se situa uma das milhentas mesas de voto da imensa cidade de Los Angeles, cerca de 50 pessoas esperam já a sua vez para votar. West Hollywood é um bairro heterogéneo, mas a sua população é maioritariamente judaica, com uma grande componente de emigrantes judeus russos chegados aos Estados Unidos na década de 80.
Entre aqueles que esperam, Vladimir Dovidov, um catedrático de física reformado, de 84 anos, vai lendo um livro de poesia para passar o tempo. Residente nos EUA desde 1987, Vladimir nunca perdeu a oportunidade e votar desde que assumiu a cidadania americana. “Muitos americanos não compreendem a importância de poder escolher. Durante a maior parte da minha vida nunca pude votar. Agora que posso aproveito sempre a oportunidade que me dão”, conta o emigrante ancião, acrescentando que desta vez votará em John Kerry. Por três razões, diz ele: “Porque não gosto de Bush, porque Putin gosta de Bush e porque, como judeu, acredito que a Israel precisa de um presidente americano que acredite na paz.”
Vladimir é um homem fascinante, com um sotaque cerrado e uma vitalidade muito maior do que a sua idade poderia fazer antever. Meia hora depois, o velho professor cumpriria o seu ritual democrático, juntando o seu voto ao de milhões de californianos apostados em conceder os 55 votos eleitorais do estado a John Kerry.

[Crónica publicada na edição de 3 de Novembro de 2004 do Diário Económico]