<$BlogRSDUrl$>

quinta-feira, dezembro 2



Outono



As folhas caem, caem como se viessem de longe,
como criaturas murchas de jardins
nas profundezas dos céus;
elas caem com gestos de renúncia.

E, noite dentro, a pesada terra
cai também,
cai das estrelas
para a solidão.

Todos caímos. Esta mão terá de cair.
Olhem em redor: é o destino de todos.

Ainda assim, há quem nos ampara a queda
eternamente na ternura das suas mãos.


Rainer Maria Rilke (1875-1926), poeta, judeu austríaco.



[NT – a partir da tradução do alemão para o inglês da autoria de C.F. MacIntyre]