<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, janeiro 24


“Conceitos de Moral”
ou Leituras para uma Frase Moralista de Francisco Louçã




“O homem que não queira voltar a Moisés, a Cristo, ou Maomet, e que não se contenta com um arlequim ecléctico, tem de reconhecer que a moral é um produto da evolução social; que nada tem de invariável; que serve os interesses da sociedade; que estes interesses são contraditórios; que a moral tem, mais do que qualquer outra forma de ideologia, um carácter de classe.” (p.39)

“A burguesia, cuja consciência de classe é muito superior à do proletariado, pela sua plenitude e pela sua intransigência, tem um interesse vital em impor ‘a sua’ moral às classes exploradas. As normas concretas do catecismo burguês servem-se de abstracções morais colocadas sob a égide da religião, da filosofia, ou dessa coisa híbrida que se chama o ‘bom senso’.” (p. 42 e 43)

“Mas não sobrestimemos o grau de consciência dos moralistas. As suas intenções não são assim tão más. Elas vão servindo de alavanca na engrenagem do provir.” (p. 87)


Lev Davidovich Bronstein, conhecido como Leon Trotsky (1879 - 1940). Revolucionário. Judeu russo.
[citações do livro “Conceitos de Moral”, edição portuguesa não datada de “Leur Morale et la Nôtre”, de 1938.]

:: NOTA :: Para contrabalançar aconselho a leitura deste post de Daniel Oliveira: O Paradoxo.