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sexta-feira, maio 28

A Matemática Sagrada do Judaísmo

“Pobre daquele que olha para a Torá e apenas lhe vê histórias.”
Rabino Shimon Bar Yochai (século I)
KabbalahDesde os tempos mais remotos que os místicos judaicos buscaram nos textos sagrados interpretações para além do simples literalismo. Para os sábios ancestrais do judaísmo, as escrituras encerram códigos imperceptíveis aos que as lêem de forma literal. Uma das mais fascinantes disciplinas do judaísmo, feita de uma confluência notável de conceitos pitagóricos e espiritualidade mística, faz a leitura dos códigos embutidos nas escrituras recorrendo às matemáticas.
No hebraico a cada letra corresponde um valor numérico (ver Gematria Hebrew Letter Chart) – um pouco à semelhança do que acontece, por via latina, com a numeração romana. O estudo da correlação entre as letras do alfabeto hebraico, a numerologia e a leitura de significados não literais nas escrituras assenta nas raízes tradicionais do misticismo judaico – a Cabalá (ou Kabbalah), uma palavra hebraica que literalmente significa “tradição recebida”.
Considerado o mais antigo, e enigmático, tratado cabalístico, Sefer Yetzira, O Livro da Criação, atribuído ao patriarca Abraão, nas suas 32 páginas é demonstrativo da importância intrínseca do alfabeto hebraico e da gematria na construção da tradição mística judaica.
Assim, para o judaísmo, um dos grandes problemas decorrentes de qualquer tradução da Torá (conhecida pelos cristãos como Antigo Testamento) é a perda do significado místico contido na escrita hebraica. Ficam as “histórias”, mas desaparecem os códigos que elas “escondem”.
Recentemente, os códigos cabalísticos da Torá encontraram uma nova audiência mundial depois de Michael Drosnin, jornalista do Wall Street Jounal e do New York Times, ter escrito, em finais de 1997, o bestseller The Bible Code (Os Códigos da Bíblia), baseado integralmente no trabalho do matemático israelita Elyahu Rips.
Aqui na Judiaria já se escreveu também sobre numerologia judaica, a propósito da alegada conotação aziaga do número 13 (ver 13: Azar ou Sorte?).
Depois do desejo manifestado por um número significativo de leitores no sentido de poder ler mais sobre guimátria (ou gematria, segundo a transliteração anglofona, habitualmente mais utilizada) e numerologia hebraica, convidei o professor David Zumerkorn – um conceituado matemático brasileiro e estudioso do misticismo judaico – a escrever um pequeno ensaio em exclusivo para a Rua da Judiaria.
O resultado é um texto fascinante intitulado “MatemaTORAH – Os Códigos da Torah e a Numerologia Judaica .
David Zumerkorn é doutorado em Engenharia Mecânica e professor de Matemáticas Aplicadas e Cálculo Integral e Diferencial da Universidade de São Paulo. Judeu brasileiro (Baal Teshuvah) oriundo de uma família religiosa tradicional, é hoje um dos mais conceituados conferencistas mundiais de Numerologia Judaica, com trabalhos publicados tanto na Imprensa generalista como em publicações académicas. David Zumerkorn é também um estudioso ávido do misticismo judaico, disciplina que investiga seguindo o processo tradicional de acompanhamento rabínico, aplicando aqui às ricas tradições judaicas os seus profundos conhecimentos matemáticos. Na prática, pode dizer-se com toda a propriedade que David Zumerkorn é um “cientista da Torá”.
De forma a manter a integridade gráfica do original (tanto no hebraico transcrito como nas tabelas apresentadas), o texto do professor Zumerkorn é apresentado aqui na Rua da Judiaria em formato Adobe PDF .
David Zumerkorn é ainda o autor do livro Numerologia Judaica e os Mistérios da Bíblia, recentemente lançado em Portugal e no Brasil – a primeira obra sobre gematria originalmente escrita em português em mais de 500 anos.
Um livro a não perder, que pode ser encontrado aqui:
Numerologia Judaica e os Mistérios da Bíblia (Edição Portuguesa) / Numerologia Judaica e seus Mistérios (Edição Brasileira, disponível também aqui, via Fnac Brasil)